20 de outubro | 2013

A criança também é vítima da depressão

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A depressão, um transtorno que muita gente acha que só atinge jovens e adultos, pode acarretar diversos problemas no aprendizado da criança e influenciar no seu desenvolvimento e comportamento durante a adolescência e a fase adulta. Além disso, muitas vezes está associada ao TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) presente em cerca de 5% a 13% da população infantil.

Estudos mostram que cerca de 14% das crianças com TDAH apresentam depressão. Especialistas em Neurologia explicam que inúmeros fatores atuam no desencadeamento da depressão, tais como genéticos, químicos cerebrais e ambientais.

A depressão pode se manifestar na infância, até mesmo em crianças pré-escolares, com menos de seis anos de idade. Nessa idade, ela ocorre em uma de cada 100 crianças da população geral. Na fase escolar, entre duas e quatro de 100 e em adolescentes, em torno de cinco a oito. Os pais devem ficar atentos, a depressão na infância ocorre na mesma frequência em ambos os sexos, mas a partir da adolescência até a vida adulta ela é mais comum no sexo feminino.

O diagnóstico da depressão é mais difícil nas crianças, pois os sintomas podem ser confundidos com birra ou falta de educação, mau humor e agressividade. Mesmo assim, alguns comportamentos ajudam a indicar que uma criança possa estar deprimida.

Os principais sintomas são: tristeza, negativismo, irritabilidade, falta de iniciativa e perda do interesse por coisas que anteriormente essa criança ou adolescente gostava. Muitas vezes associam-se sintomas físicos como cansaço, fadiga, dor de cabeça e alterações do sono e do apetite.

As repercussões na escola são prontamente observadas na depressão infantil, a criança fica mais lenta e desatenta, cai o desempenho e surgem conflitos em decorrência de mudanças bruscas do humor, como explosões de raiva ou tendência ao isolamento social. Outra manifestação é o sentimento de menos valia, de baixa autoestima, seja em relação aos cuidados pessoais ou a confiança em si próprio. Nos casos graves pode chegar a provocar comportamentos de risco, tais como sexo, drogas e direção perigosa de automóveis e até atos suicidas.

Ainda segundo especialistas no assunto, apesar dos melhores resultados do tratamento da depressão na infância, quando comparada com outras fases da vida, sabe-se que a sua ocorrência nessa fase etária precoce anuncia a grande chance de recorrência do mesmo quadro na vida adulta, por isso, pais e professores precisam ficar atentos para os sintomas da depressão na infância e adolescência, pois muitas vezes são diferentes daqueles apresentados pelo adulto ou pela pessoa idosa. Precisam de orientação adequada para que superem os medos e preconceitos sobre esse problema. Só assim estarão capacitados a identificar precocemente o quadro, encaminhar a criança para uma avaliação e tratamento especializado, bem como auxiliar consideravelmente no tratamento deste frequente transtorno mental.

Embora não exista uma receita para evitar quadros depressivos e os aspectos genéticos ainda não possam ser modificados no sentido de prevenir a depressão, alguns cuidados na educação dos filhos que são bastante úteis nesse sentido:

a) Eduque seus filhos para a resiliência. O termo vem da Física e significa a capacidade de um corpo sofrer deformação em resposta a um impacto e voltar ao seu estado original, dessa forma a borracha é altamente resiliente e o aço não. A criança resiliente é capaz de sofrer impactos de eventos ocorridos na vida e não se deformar. Ela é proativa, otimista, tolera bem as frustrações e sabe adiar recompensas.

b) Eduque seus filhos para a autonomia com um forte senso de identidade e autoestima positiva. Procure desenvolver nele independência e capacidade de autocontrole.

c) Eduque seus filhos para que tenham competência social. Para isso precisam ser flexíveis, sensíveis, atenciosos e com habilidade para demonstrar suas emoções e bom humor.

d) Eduque seus filhos para que tenham competência para resolver problemas. Para isso precisam saber pensar de forma crítica, elaborar alternativas buscando soluções para suas necessidades, bem como buscar ajuda quando não conseguem encontrar uma solução.

e) Procure intensamente a harmonia e o otimismo no ambiente familiar, isso irá colaborar muito com os aspectos relacionados acima.

f) Procure estar sempre bastante envolvido com os seus filhos, só assim poderá ter empatia com ele, ou seja, se colocar nos sapatos dele e poder entender seus desafios, incertezas, pensamentos e comportamentos.

E, finalizando, mostre aos seus filhos a importância de  cultivarem a fé e assim terem acesso também ao crescimento espiritual.

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