05 de outubro | 2014

A brasileiríssima Regina Casé

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Regina Casé comanda com maestria o “Esquenta”, uma verdadeira roda de samba, que agita as tardes dos domingos da Globo, num cenário bem nacional / GB Imagem

Sempre simpática e alegre, Regina Casé é uma artista camaleoa, sendo capaz de atuar ou apresentar. Ela encara os desafios de sua profissão / GB Imagem

 

 

 

Regina Casé tem uma longa história no cenário artístico brasileiro. Nascida Regina Maria Barreto Casé, no ano de 1954, no Rio de Janeiro, ela é filha do ator e diretor Geraldo Casé e de Heleneida Barreto Casé, neta do radialista Ademar Casé. Então, Regina sempre “respirou” os palcos e outros meios artísticos. Atualmente a atriz e apresentadora comanda com maestria o “Esquenta”, uma verdadeira roda de samba, que agita as tardes dos domingos da Globo recebendo convidados famosos para discutir temas atuais, animados ao ritmo de sons bem brasileiros.  

Outro xodó de Regina Casé é o programa “Um Pé de Quê?”, que é exibido pelo Canal Futura e dirigido por seu marido, o diretor Estevão Ciabatta. O programa traça um painel das árvores brasileiras. A cada episódio, a apresentadora mostra um espécime ao telespectador, revelando sua origem e características e explicando de que maneira aquela árvore está ligada ao cotidiano dos brasileiros, às suas cidades, à sua cultura e à sua história. Nas reportagens são abordados desde aspectos de botânica e costumes populares até economia, religião, política e arte.

“Um Pé de Quê?” já falou sobre mais de 1.500 árvores e cada episódio é desenvolvido como um pequeno documentário. Regina Casé e equipe viajam para vários Estados brasileiros e ouvem personagens curiosos da região, cientistas e pesquisadores. Agora o Canal Futura está exibindo uma nova temporada de “Um Pé de Quê?”, mostrando as plantas brasileiras que ganharam o mundo. Na época das grandes navegações europeias, inúmeras plantas de todos os continentes foram transplantadas de um lugar para o outro. Árvores australianas foram para a Europa, frutíferas brasileiras viajaram para a África, sementes asiáticas foram parar nas Américas. A atividade virou um comércio de escala global. Hoje, muitas árvores que identificamos como brasileiras são, na verdade, árvores exóticas. Sabemos que plantas da Ásia e da África vieram para o Brasil, mas quais saíram daqui para colonizar novos territórios? O caso mais curioso é de uma planta carioquíssima que todos identificam como exótica, a começar pelo nome: bouganville. Ela se espalhou pelo mundo e hoje floresce em jardins dos cinco continentes. Houve casos também de árvores traficadas daqui para a Ásia, como é o caso da seringueira, que transformou a Malásia no principal produtor de borracha, um produto originário da Amazônia. Para saber mais, só assistindo a atração comandada por Regina Casé, no Canal Futura, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 22h30, com reprises espalhadas na programação do canal.

Mas, voltando a falar de Regina Casé, quando tinha 20 anos de idade, juntamente com Hamilton Pereira, Jorge Soares, Luiz Arthur Peixoto e Daniel Dantas, fundou o grupo teatral “Asdrúbal Trouxe o Trombone”, um marco na década de 1970. Paralelamente, ela fez sua estreia no cinema, em “Chuvas de Verão”, de Cacá Diegues. Já era atriz consagrada no cenário nacional. Ainda no cinema, fez “Eu Te Amo”, “Os Sete Gatinhos”, “O Segredo da Múmia”, “Marvada Carne”, “Cinema Falado”, “Luar Sobre Parador”, “O Grande Mentecapto” e “Eu, Tu, Eles”.

A primeira novela foi em 1983, no último capítulo da primeira versão de “Guerra dos Sexos”, interpretando Carlotinha Bimbatti. Depois atuou em “Sítio do Picapau Amarelo”. Um ano depois, integrou o elenco de “Vereda Tropical”, aparecendo ainda em “Plunct, Plact Zuuum II” e no “Chico Anysio Show”. No entanto, o divisor de águas na carreira de Regina Casé foi a personagem Albertina Pimenta, ou Tina Pepper, em “Cambalacho”, em 1986. A atriz também integrou o elenco do “TV Pirata”.

No ano de 1991, começava sua carreira como apresentadora, com o “Programa Legal”, no qual ela dividia as cenas com Luiz Fernando Guimarães. Depois veio o quadro “Na Geral”, o qual era exibido no “Fantástico”.  E logo em seguida, veio o “Brasil Geral”, que ficou no ar até 1998, sendo que foi imediatamente substituído pelo “Muvuca”. O programa misturava talk-show e reportagens especiais, unindo pessoas de diferentes universos. Produzido, gravado e editado em uma casa de 200 m² no alto do Humaitá, bairro na zona sul do Rio de Janeiro, “Muvuca” tinha como característica a espontaneidade e informalidade, marcas da apresentadora.

Em 2001, Regina Casé volta às novelas, interpretando Rosalva Rocha, em “As Filhas da Mãe”. Atuou ainda em “Ciranda de Pedra” e sua última aparição em novelas foi como ela mesma, em “Cheias de Charme”. A atriz passou também pela minissérie “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes” e “Som & Fúria”.

Regina Casé comandou também o programa de auditório “Central da Periferia”. Em 2011, estreou seu programa de auditório “Esquenta!”, exibido aos domingos na Globo. Com um formato novo e atrações musicais, o programa combina outras experiências da apresentadora na televisão, trazendo convidados de diversos lugares com diferentes costumes, histórias do público com peculiaridades do cotidiano de pessoas comuns e quadros de humor. Agradou, tanto que está no ar até hoje.

Muito discreta quando aos assuntos pessoais, Regina Casé tem uma filha, Benedita, fruto do seu relacionamento com o artista plástico Luiz Zerbini.

Sempre simpática e alegre, Regina Casé é uma artista camaleoa, encarando sempre os desafios de sua carreira.

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