08 de setembro | 2013

A beleza a qualquer preço

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Beleza

Falar de beleza também é refletir sobre os padrões impostos pela indústria da moda, da beleza e da estética. As mulheres parecem ser as mais suscetíveis a esta verdadeira “ditadura” de corpos sarados e com as gordurinhas no lugar certo / GB Imagem

 

Praticar exercícios e ter alimentação equilibrada são essenciais para manter a boa saúde do corpo. A beleza será uma decorrência natural desse jeito de levar a vida. O importante é não se deixar levar pelo simples modismo e aceitar os limites do próprio corpo / GB Imagem

 

 

 

 

 

Ao longo de sua história, a humanidade passou por transformações e este é um processo contínuo, mas nunca tais transformações aconteceram de modo tão rápido e nunca se teve acesso a tanta tecnologia. O mundo é globalizado, as notícias voam a bordo de fibras óticas e outras parafernálias. Talvez nunca se tenha cultuado a beleza e a boa aparência como nos tempos atuais. É proibido envelhecer. Quase que uma guerra contra a própria natureza.

Quais são os efeitos disso no cotidiano das pessoas? Quem se beneficia com a divulgação de tais conceitos?

A indústria da moda e dos cosméticos move-se ferozmente. Nenhuma camada social fica sem novidades. Se uma cara e badalada grife lança uma tendência, pode contar que o comércio popular oferecerá uma cópia do modelo. E sem falar na pirataria que corre solta neste segmento também.

O que se pretende mostrar aqui é que os atuais conceitos de beleza, a ditadura da moda, atingem a todos e todas. É preciso manter autoestima sempre em alta e os olhos bem abertos para não ser arrastada por esta corrente.

“A moda é implacável; só tem vez aquelas que são magras, quase esqueléticas”, é a queixa da maioria das mulheres simples mortais que trabalham, estudam, cuidam da casa e dos filhos. Sem contar, que muitas vezes os tamanhos GG na verdade vestem corpos de tamanho M. É certo que a moda privilegia os corpos magros basta ver a legião de modelos esqueléticas que desfila nos badalados eventos de moda.

Existe muita pressão quanto à questão de corpo e boa forma e as adolescentes parecem ser as mais suscetíveis a esta verdadeira “ditadura” de corpos sarados e com as gordurinhas no lugar certo.

Muitas mulheres recorrem a dietas que prometem milagres e não se preocupam muito com a saúde ou com a herança genética e é aí que mora o perigo; o transtorno alimentar é um deles.

Atualmente, distúrbios alimentares vêm se tornando cada vez mais comuns, ressaltados especialmente pelo sexo feminino. Anorexia e bulimia nervosa e vigorexia são preocupantes doenças, frutos de uma sociedade que impõe um padrão de beleza a seus participantes.

Os transtornos alimentares devem-se inicialmente a algum tipo de alteração emocional. Mais comumente, é possível reparar que o principal fator é a insatisfação com o peso e o medo eminente de engordar.

Como característica comportamental, as pessoas assumem dietas absurdas mesmo quando o peso está proporcional à estatura, e mesmo perdendo peso continuam a "imaginar-se" obesas.

Os problemas mais citados, que são relacionados a transtornos alimentares, são a anorexia e a bulimia. A primeira é definida pela busca implacável pela magreza, o que acaba levando a pessoa a recorrer a estratégias para a perda de peso, excessiva e desnecessária. As pessoas anoréxicas apresentam graves problemas emocionais e tem um intenso medo de engordar, mesmo estando extremamente magras. É uma doença com riscos sérios, podendo levar à morte por desnutrição.

A bulimia se caracteriza pela grande ingestão de alimentos (alimentação compulsiva) e, depois, utilizam métodos compensatórios, tais como vômitos propositais, uso de laxantes ou diuréticos, e a prática de exercícios como forma de evitar o ganho de peso. O caso é que, ao contrário da anorexia, não existe perda de peso, o que torna a percepção do problema mais difícil.

Ainda assim, existe outro tipo de distúrbio alimentar, pouco conhecido, chamado de vigorexia. Esta é determinada pela busca de um corpo perfeito e é conhecida por Doença da Vaidade. Na verdade, é o excesso de preocupação em ter um corpo forte. Os portadores desse transtorno, normalmente, ficam horas em academias realizando uma diversidade de exercícios físicos, pesam-se várias vezes e procuram comparar sua musculatura com a de seus colegas. Como alternativa, na maioria dos casos o uso de anabolizantes é frequente entre os vigoréxicos.

Os especialistas em Nutrição alertem que pessoas que apresentam estes sintomas ou comportamentos merecem atenção redobrada, pois serão vítimas futuras de disfunção nutricional.

O fato é que essas doenças são frutos de uma sociedade que impõe um padrão de beleza no qual os corpos são valorizados por sua forma esbelta e pelas silhuetas perfeitas. Facilmente, hoje, é possível identificar que vivemos cada vez mais em uma sociedade consumista e que chegamos a um ponto onde o culto à imagem acaba sendo prioritário, em detrimento à própria saúde.

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